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Um “bate papo” tranquilo sobre desapego.

Atualizado: 18 de set. de 2024



Um bate-papo tranquilo sobre desapego

A primeira coisa que aprendi no curso de Personal Organizer não foi organizar, nem dobrar uma peça de roupa. Mas sim diferenciar o que o meu cliente guarda por apego e por utilidade.


“O mais importante na organização não é decidir o que descartar, e sim o que manter em sua vida.” – Marie Kondo

Nessa jornada de trabalho já vivenciei clientes que se desapegaram de 70% do que possuíam, e clientes que se apegaram tão forte aos seus objetos e roupas que 1% foi o máximo que conseguiram tirar de sua casa. Já fui solicitada algumas vezes para fazer o desapego antes mesmo de o cliente querer a organização em si. E foram nessas experiências que percebi a dificuldade que as pessoas têm de desapegar de algo.


É por essas experiências que eu percebi qual é a real dificuldade de desapegar:


Nós colocamos uma importância emocional enorme nos objetos que temos em nossas casas.


Não estamos desapegando de uma simples blusa, ou de um objeto qualquer, estamos desapegando de memórias, sentimentos, emoções e dinheiro investido. Nossa mente, sem que percebamos, se apega a essas questões e nos impede ou dificulta de ver as coisas mais simples como o fato do dinheiro que já foi gasto e usufruído e de todos outros pontos que citei estão dentro da gente e não no objeto.


Vivemos em um mundo que nos “ajuda” a ter dificuldades nesse processo de desapego, ele faz você acreditar que quanto mais coisas você possui, mais feliz você é. Que você precisa ter e que perder ou não ter não é algo bacana.


Não estou aqui julgando ou criticando ninguém pelas decisões de como vive e como consome, respeito cada pessoa e suas escolhas, mas como profissional de organização e psicóloga gostaria de deixar essa reflexão para você que está aqui: Não é sobre ter coisas, mas sobre viver com o que você realmente necessita, em uma casa organizada. Tudo o que você tem é realmente necessário?


“Quanto mais coisas temos, mais tempo precisamos para administrá-las.” Isto é, usar, consumir, cuidar, limpar, guardar, organizar. Quanto mais espaço temos, acreditamos que precisamos ocupar eles com objetos. Quanto mais dinheiro temos, mas queremos gastá-lo.


Estamos em constante evolução então algo vai estar sempre se atualizando, e se não pararmos para perceber os nossos movimentos, vamos estar sempre querendo mais, querendo o melhor, o mais atual. E isso não é ruim, não estou tentando criar um monstro ou passar panos quentes, quero mais uma vez que você perceba:

você realmente quer o que tem ou o que está comprando? Você compra o que realmente precisa ou necessita? NÃO IDOLATRE AS COISAS. Elas são mais descartáveis do que você possa imaginar.


“Se você tivesse 20 minutos para sair da sua casa e pudesse levar apenas o que coubesse em seu carro, o que escolheria? A maior parte dos objetos podem ser facilmente substituídos” – Donna Smallin

Se depois de ler você conseguiu perceber que está na hora de fazer um desapego, vou te mostrar o que você pode fazer. Mas quero deixar algo importante aqui: você vai precisar abrir todas as portas e gavetas do espaço que você esta decidida a desapegar (e depois organizar) e respirar fundo, rs você consegue! Veja como esse espaço está agora, perceba o que esta te incomodando, se está guardando itens que podem sim ir ao lixo, mas você coloca utilidade em tudo e se tiver qualquer dificuldade para fazer esse processo sozinha procure alguém que possa te ajudar sem críticas e julgamentos para que no final você possa tentar levar uma vida mais leve.


Decida com sabedoria o que realmente precisa ficar e o que pode sair desse comôdo, da sua casa e até da sua vida. Ou (e estou sendo boazinha, rs) o que pode ser trocado de cômodo para melhor funcionalidade.


  • Comece por onde você preferir: algo fácil, ou por aquele cômodo que você passa mais tempo ou o que incomoda mais.

  • Não se prenda a crença do “eu posso precisar disso um dia”, se não precisou até agora ou se já não usa a um bom tempo, você não precisa. Mas atenção as roupas de estação e datas específicas, dos itens em geral que você usa poucas vezes, mas usa. Pense se você vai procurar se tem o item na sua casa ou se você vai a uma loja comprar um novo ou melhor.

  • Atenção a quantidade que você tem de um mesmo item. Você realmente precisa de 15 sandálias rasteirinhas? Talvez precise porque você usa muito, porque só usa esse tipo, ou por outros motivos. Mas não se esqueça que quantidade nunca foi sinônimo para qualidade.

  • Tente começar e ter uma constância, evite parar muito ou deixar para outro dia. Percebi que a maioria dos clientes querem começar e terminar naquele dia ou dar continuidade no dia seguinte, mas se passa alguns dias sem desapegar, eles perdem a motivação.

  • Deixe os objetos com apego emocional por último. Sugiro que mantenha aqueles mais importantes e que te deixam muito feliz. Mas não se esqueça: AS MEMÓRIAS NÃO ESTÃO NAS COISAS, MAS SIM DENTRO DE NÓS. ”. É claro que você não vai desapegar das suas fotos de família, de quando era criança (a não ser que você as tenha digitalizadas), porque é algo que faz você olhar e lembrar daquele momento. Mas talvez se você parar chamar a senhorinha nostalgia rsrs, você também vai lembrar. O item seja ele qual for, te ajuda a lembrar, mas as memórias estão dentro de você. Então pense e repense se é um item que realmente precisa ser guardado.



Lista do que você pode pensar em desapegar:

  • Itens que não usa a mais de 1 ano, que comprou e se arrependeu;

  • Aquilo que não é mais útil, não serve ou não cabe mais, que aperta e machuca;

  • O que não faz mais seu estilo;

  • Itens em duplicidade (ou até mais que isso) e que não tem necessidade;

  • O que estiver quebrado e sem conserto;

  • Alimentos, remédios e produtos de beleza fora da validade;

  • Peças manchadas e rasgadas;

  • Livros que começou a ler e não terminou e talvez aqueles que não irá ler novamente (de espaço para os novos);

  • Objetos que separou para reciclagem doméstica, ou coloque em prática ou vão para o lixo;


Em relação a alguns itens, como roupas, calçados e acessórios se tiver dificuldade em perceber se a quantidade é necessária ou passou de um limite, pense em como é o seu dia a dia, a sua semana e o seu mês mais movimentado?

Você trabalha, tem uma vida social agitada, viaja muito, quantas vezes faz exercícios na semana?

Qual a sua rotina de usar uma peça de roupa e devolver ela para o local? Você Usa – lava – passa – devolve? Ou um tipo de peça específico, você usa algumas vezes e depois coloca ela para lavar?

Quanto tempo leva do usar ao retornar para o armário?

Dependendo das suas respostas, talvez você precise de uma quantidade de roupa, para não ficar sem no final da semana ou até duas semanas depois.


E se quiser ter certeza se consegue usar tudo o que tem ou a maioria, durante pelo menos 1 mês usou um item, qualquer um e ele vai voltar para o local que você guarda, coloque de uma forma que você saiba que já usou naquele mês. Pode ser o cabide virado diferente dos outros, ou a roupa ao avesso,, ou o calçado arrumado de uma forma diferetne... Só para você conseguir perceber o que você usa e o quanto dos seus itens você consegue usar. É claro que temos as exceções, daquelas roupas ou itens que só usamos em um determinado período do ano, aquelas que são as favoritas, mas é assim que você vai conseguir perceber melhor o que realmente usa e que talvez algumas peças precisam ser usadas ou colocadas para doação ou venda.


Tudo o que você separar para doação, coloque em sacolas ou caixas e leve para um local que você conheça que poderá ajudar muitas pessoas, no mesmo dia ou na mesma semana. Se decidir vender, estipule um tempo para o item ser vendido e se por acaso não conseguir você escolhe se aumenta esse prazo ou doa os itens, isso é para que você não desista da venda por conta da demora. Faça suas escolhas e siga em frente. E se for algo para conserto, tente levar na mesma semana para algum lugar, ou pare um dia e você mesma conserta. Não se esqueça que esses itens são os únicos que vão voltar para o espaço que você está tirando agora.


E um ponto importante: atenção aos itens e a quantidade que está desapegando, se você precisa comprar para repor, por exemplo: decidiu doar seus travesseiros porque estão velhos e ruins, mas não tem nenhum de reserva e precisa comprar, então faça uma lista do que será necessário trocar para não se esquecer e não ficar sem. Algumas coisas podem esperar você comprar um novo para depois sair da sua casa. Mas não se esqueça de trocar e cuidado com a demora que isso possa acontecer, para você não esquecer ou desistir.


Espero que depois de colocar em prática esse processo de desapego você possa se sentir mais leve, mais tranquila, ganhar tempo no seu dia a dia, usar os espaços respeitando os limites dele, sem deixar nada atochado e quem sabe ganhar espaço para o novo ou simplesmente para o ar poder circular melhor.


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“Desapegar não é perder, mas sim ganhar. Ganhar espaços para coisas novas, para facilitar o dia a dia. Ganhar tempo para fazer algo que gosta com alguém importante.”


Maria Beatriz

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